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4 lições que te ajudarão a vencer nos torneios de poker

Os torneios de poker podem ser a forma mais gloriosa ou a forma mais brutal do poker.

Quando a variância está do seu lado e você ganha, você pode se sentir o melhor jogador do mundo. Por outro lado, quando você está runnando mal e caindo torneio após torneio, parece que não consegue fazer nada certo.

Tudo que você pode fazer é trabalhar no seu jogo e confiar que a variância se balanceará no longo prazo.

Felizmente a Upswing Poker tem muitos jogadores extremamente bons de MTTs no seu grupo de treinadores. O mais novo é o Moritz “Mo” Dietrich (MuckCallOK on PokerStars). Mo é um aluno antigo do Doug Polk e atualmente está destruindo nos MTTs.

Gráfico de 2018 até o presente (sem incluir sua recente deep run no Sunday million onde ganhou por $144.000)

 

Neste artigo nós vamos revisar 4 mãos interessantes revistas por Mo, jogando MTTs entre $100 e $500.

Nós começaremos com uma decisão simples de all-in ou fold e avançaremos para decisões mais complexas.

Mão 1: 66 do UTG short stack

Em uma mesa de 8 pessoas e com um ante de 12,5% em relação ao big blind temos uma decisão difícil, pois alguns players dariam all-in, outros abririam 2x e outros foldariam. Vamos ver o que Mo diz sobre essa situação:

66 aqui é uma mão curiosa, porque temos 18bbs e deveríamos abrir mãos que contém blockers, ao invés de mãos com equidade direta, pois tais blockers aumentam a fold equity. Então, abrir A5s é muito melhor que abrir 66 ou 87s, por exemplo. Eu preferiria foldar e investir as fichas em um spot +EV no futuro.

Vale notar que um 88 naquela situação seria um all-in inexplorável. Se Mo tivesse 16,5bbs ao invés de 18bbs então 66 também seria um shove inexplorável, de acordo com o SnapShove).

Resultado: Mo teria flopado uma trinca no Q♣️ 6♣️ 5♣️, mas ele daria de cara com o flush do UTG+1 no showdown!

Mão 2: KQo no Small Blind vs raise do Hijack

A mão começa com o hijack aumentando 2.1bb de um stack de 20bbs.

Ação folda para o Mo, que está no small blind com K♥️ Q♦. Existem 30 jogadores no torneio e somente 20 entrarão ITM.

Mo está jogando contra um stack de 20bbs do hijack HJ, porém ele tem um big blind com 50blinds para se considerar. Eis a visão dele:

Nós vamos 3betar (e pagar caso o HJ dê all-in) com essa mão porque estamos 50bbs deep contra o big blind e não queremos atolar contra ele, porém contra o stack de 20bbs do HJ essa mão tem equidade suficiente para atolar. Todavia, essa seria a pior mão com que eu faria isso.

Expandindo as palavras de Mo, 3betar do small blind realiza várias coisas:

  • Nos permite foldar quando o big blind acordar com um monstro e nos 4betar.
  • Força o hijack foldar uma significativa parte do range dele.

KQo também bloqueia várias mãos premiadas que o HJ poderia ter e performar bem contra o range de all-in do hijack.

Então, a maioria do tempo ambos os jogadores foldarão e Mo ganhará 4bbs imediatamente. Quando ele precisa atolar contra o HJ essa mão terá um valor esperado próximo de zero, com o dead money extra que existe no pote. Tais fatores permitem que o KQo seja um 3bet lucrativo nessa situação.

Resultado: ambos os jogadores foldam e Mo puxa o pote pré-flop.

Mão 3: 54s em um limped pote

Nessa mão o Cutoff (CO) limpa com um stack de 70bbs e o small blind completa com 16bbs para trás, Mo checka no big blind com seu 5♣ 4♣. Existe 1,5bbs no pote com as antes.

O flop vem 6♣ 9♣ 7♦ e todos checkam. O turn traz um 7♠ e o small blind beta 2,5bbs em um pote de 4,5, deixando 14,5bbs para trás.

Mo discute suas opções:

Aqui, a questão é se queremos dar raise ou somente call. Considerando quão curto nós estamos e quão provável é o call do small se dermos raise (que é alta na minha opinião) é melhor pagar em posição e jogar nossa mão no river.

O jogador que abriu de limp do CO não é uma grande preocupação porque ele não vai ter muitas mãos fortes no range de check do flop e ele não terá muitos 7x no seu range de limp. Então não estou muito preocupado com tomar um raise dele e não conseguir ter odds para ver o river. Mesmo se ele aumentar e o small blind shovar, nós ainda podemos foldar.

O river trouxe um T♣ tornando o board final em um 6♣ 9♣ 7♦ 7♠ T♣ e o small blind pede check. Obviamente nós vamos betar, pois temos um flush, porém a questão é: apostar quanto?

Acredito que considerando o fato que ele limpou do small blind ele não terá muitos full houses aqui, uma vez que shovaria a maioria dos seus pares pré-flop. Então, seu range de call se consiste basicamente em 8x e algumas armadilhas. A maioria delas serão flush nuts, entretanto eu acredito que ele algumas vezes incluirá tais flushs no seu range de bet e não check numa alta frequência.

Então, agora nós podemos decidir se queremos usar um tamanho pequeno de aposta para tomar call de 9x ou Tx ou dar all-in e pressionar os 8x ou 7x do adversário.

Eu acredito que minha mão não bloqueia nada do adversário e que ela é forte o suficiente para darmos all in aqui, então acredito que a melhor jogada seja shovar (dar all-in) ao invés de apostar baixo.

A lição aqui é: quando você está considerando que size usar por valor no river, você precisa pensar não somente em quão forte é sua mão, mas principalmente quão forte são as mãos que seu oponente provavelmente pagará.

Resultado: Mo shova e seu adversário folda

Mão 4: 98s no small blind vs raise do cutoff

Essa mão começa com um mini raise do cutoff de 2bbs. A ação roda em fold para Mo no small blind com 18bbs e um belo 9♥️ 8♥️.

Geralmente eu shovaria essa mão contra as 18 blinds do cutoff, entretanto esse adversário parece ser muito tight e não sei quão tight ele é, então ao invés de shovar jogarei de call. Eu acredito que o big blind não consegue nos explorar muito intensamente porque ele não pode shovar muito, uma vez que o range de open do cutoff é tight.

Aqui, Mo toca em uma questão muito importante da nossa estratégia de defesa pré-flop: ser explorado pelo big blind quando defendemos do small blind. Ao pagar ao invés de aumentar, abrimos a oportunidade para o big blind blefar.

Entretanto, como o range de raise do agressor inicial é mais tight que os 30~35% normais, ele deveria jogar de forma bem honesta: dar raise com as mãos fortes e pagar o restante.

O big blind paga e o flop vem 6♣ 2♣ T♦. Todos checkam e vemos um T♣ no turn.

Mo diz:

Nisso range de flat definitivamente consisten em alguns Tx e algumas mãos naipadas que agora tem flushs. Então, nós queremos ter um range de ataque, considerando que não vou shovar muitas mãos offsuited pré-flop terei alguns flushdraws nuts que estarei betando. Então tais gutshots são bons o bastante para incluir no seu range de bet.

Sobre o tamanho: quanto apostar?

Acredito que apostar 40% é suficiente porque nosso range de defesa já é bem forte e não teremos tantas mãos assim para blefar. Apesar de termos uma grande quantidade de mãos que querem betar, nós não temos muitas mãos que defendem pré-flop, em primeiro lugar, logo tal board se conecta com grande parte do nosso range, logo não precisamos apostar tão alto.

Contra nosso range de valor (trincas e flushs) outro range não terá muita equidade, logo não precisamos apostar mais que 40%, pois negar equidade não é uma preocupação nessa situação.

O big blind paga e o raise pré-flop folda.

No river cai um 7♣ que completa a sequência de Mo e coloca a 4ta carta pro flush na mesa.

Agora temos uma decisão interessante, queremos betar muitas mãos do nosso range ou checkar muitas mãos do nosso range?

Considerando que não temos muitas cartas offsuited, que chegaram no flush no river, estamos numa situação que temos desvantagem de nuts e isso significa que queremos checkar com frequência, especialmente porque nosso 89s bloqueia mãos que nos dariam call.

O mesmo é valido para as trincas (Tx).

Então, provavelmente eu pagaria com a minha mão contra um size baixo e foldaria as trincas.

Resultado: a ação roda em check e Mo ganha o pote contra 6♦ 3♦.

Conclusões

Jogar torneios é interessante porque existem tantas variáveis a se considerar do que um cash game normal de 100bbs deep.

Com diferentes stacks, diferentes tendências de jogadores, implicações de ICM e estruturas diferentes, é raro enfrentar a mesma situação duas vezes. Isso mostra o quão vital é rever mãos para um jogador se tornar bem sucedido nos torneios.

 

Artigo escrito por Ernest Gorham para a Upswing.

Traduzido e adaptado por Luigi Soncin, para a ROYALpag.

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