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Explicando o blefe no poker (por Doug Polk)

Existe algo mais prazeroso que um blefe bem-sucedido?

Blefar é a alma do poker, mas nem todos os jogadores têm este entendimento.

Alguns jogadores têm um ponto de vista bem conservador sobre o blefe no poker. Para estes jogadores, oponentes que blefam assumem riscos desnecessários.

Embora seja verdade que alguns jogadores blefam demais, há também jogadores que pensam que seus oponentes, ou eles mesmos, blefam demais, quando na verdade eles não blefam o suficiente. E algumas vezes os blefes destes jogadores nem são algo representativo.

Aqui vai algo sobre a arte de blefar: sem o blefe, você precisa ter uma mão forte para ganhar o pote — a mão mais forte, na verdade. Mas não é fácil acertar a mão em No Limit Hold’em. A maioria das mãos não acertam o flop, e uma mão muito forte antes do flop pode se tornar muito fraca no river.

Consequentemente, blefar é parte necessária do jogo. Se você nunca blefar, o poker não só ficará entediante, mas também se tornará impossível de ganhar — assumindo que seus oponentes estão prestando atenção. Eles serão rápidos em explorar um estilo de jogo que dependa muito de acertar mãos fortes, ou seja, um estilo que não está acostumado com o blefe quando apropriado.

“Se você nunca blefar, poker não só ficará entediante, mas também se tornará impossível de ganhar.” – Doug Polk

A questão, portanto, se baseia em quanto devemos blefar.

Iniciemos com uma regra geral:

Blefe mais no começo da mão, e menos nas demais streets.

O motivo desta regra é simples. Em termos de equidade versus o range de call de um oponente, seu range de blefe é mais forte antes do flop, entretanto a equidade diminui conforme a mão se desenvolve.

Por exemplo, vamos assumir que os conectores naipados tenham aproximadamente 30–40% de equidade antes do flop, comparado à maioria das mãos com as quais seu oponente continuaria na mão. Você pode, portanto, jogar mais estas mãos “mais fracas” em relação ao número de mãos fortes com as quais você tipicamente faria um raise por valor. Mas conforme você se aproxima do river, seu range de blefe terá menos e menos equidade em relação às mãos com as quais seu oponente continuaria, portanto você deve blefar com estas mãos menos vezes nas últimas streets.

Esta linha de raciocínio culmina no river. Se você decidir apostar no river, você deve saber se vai fazê-lo como blefe ou por valor.

Em geral, se sua mão tiver qualquer equidade contra as mãos com as quais seu oponente faria o call, você não deve blefar. Em outras palavras, se você acha que seu oponente faria o call com algumas mãos piores, então o blefe no river provavelmente é uma má jogada.

É fundamental calcular as pot odds que você irá oferecer ao seu oponente se decidir blefar. Isto vai te ajudar a determinar a frequência com a qual deve blefar.

Por exemplo, digamos que você apostou $100 em um pote de $100, oferecendo odds de 2:1 para seu oponente fazer o call (seu oponente precisar fazer um call de $100 para ganhar $200). Isto significa que você precisa blefar uma em três vezes para fazer com que seu oponente fique indiferente a fazer o call. Se o seu range inclui 30 combinações de mão de apostas por valor, por exemplo, você precisaria 15 combinações de mãos de blefes.

A ideia é que o range de mãos com as quais você aposta seja lucrativo porque a sua taxa de aposta de vapor por blefe está na proporção exata das pot odds de seu oponente (duas apostas por valor para cada blefe). Consequentemente, sua jogada não pode ser explorada por seu oponente. Não importa se o seu oponente vai fazer o call ou fold. Você lucra de qualquer jeito.

Obviamente, isto diz muito pouco sobre quais mãos exatamente devemos blefar em uma determinada ocasião. Blefar requer pensar antecipadamente—não se trata de simplesmente apostar sem equidade quando achar que devemos apostar. Devemos planejar cada mão, desde antes do flop, pensando cuidadosamente sobre como a mão pode se desenvolver, fazendo os devidos ajustes em cada street.

Para ilustrar com um exemplo simples, imaginemos que você apostar em um flop com Q♠ J♦ 2♣. Aqui você pode ter várias mãos que sejam blefes (ou ‘semi-blefes’, se preferir), que podem melhorar para mãos de valor nas streets seguintes. Backdoor flush draws, straight draws com K-T ou T-9, ou mesmo A-T são, portanto, mãos razoáveis de apostar por blefe neste flop. Obviamente, mesmo se não melhorar, algumas destas mãos ainda podem ser blefes razoáveis no turn e no river.

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Geralmente, contudo, não é fácil decidir com quais mãos devemos blefar. Um flop com K♦ 7♣ 2♠ requer um raciocínio mais complexo, e talvez mais ambição se você decidir continuar com um blefe. Mãos tipo ace-high ou backdoor flush draws parecem razoáveis para apostarmos como blefe, mas têm menos potencial em melhorar quando comparadas às mãos do exemplo anterior, e possivelmente sem valor de showdown no river. Portanto, você deve agir com cautela, tendo em mente a regra geral do início (blefe mais no início da mão, e menos nas demais streets).

Um cenário específico no qual muitos jogadores têm dificuldade consiste em fazer o check no flop e então apostar no turn. Neste caso, é importante lembrar que se você pode ter algumas mãos de valor, então você também deve ter alguns blefes. O objetivo é encontrar o equilíbrio. Para saber quais mãos incluir como blefe depois de fazer o check no flop, temos que considerar todas as mãos de valor com as quais faríamos o check no flop e com as quais apostaríamos no turn. Por exemplo, em nosso board com K♦ 7♣ 2♠, você seria capaz de fazer o check no flop com um rei? Ou você poderia ter nada no flop e então apostar no turn, quando sua mão não melhorou? Ou talvez você tenha algo tipo par de dez e agora está apostando por valor no turn.

Cada cenário é diferente. Mas quando o blefe é uma opção, você deve parar por um momento para pensar cuidadosamente e aplicar o bet size e as regras de equidade que discutimos hoje.

“O erro mais comum que eu vejo os jogadores cometerem quando se trata de blefe é deixar que o medo os impeça de puxar o gatilho.” -Doug Polk

É verdade, alguns blefes acabam mal de forma hilária.

Mas mesmo quando todos os sinais indicarem o blefe, os jogadores não blefam o suficiente. Eles não colocam os oponentes em situações complicadas e, portanto, deixam dinheiro na mesa.

Considerações Finais

Não tenha medo de blefar! Quando feito de forma correta, o blefe é lucrativo e parte de um estilo de jogo completo.

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