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10 perguntas que você deve fazer antes de explorar um oponente

Você já deve ter ouvido isto antes: tudo o que você faz na mesa de poker oferece alguma informação.

Qualquer pessoa que tenha jogado poker por um bom tempo sabe que humanos geralmente são ruins em esconder o que estão pensando. Por isto é tão importante prestar bastante atenção em seus oponentes e no que eles fazem, principalmente em jogos ao vivo. Geralmente eles vão te dar muita informação.

Aperfeiçoando esta informação, você pode aprender a explorar seu oponente de forma que te permita ganhar mais dinheiro do que você ganharia se estivesse jogando com a estratégia perfeita de GTO (Game Theory Optimal, ou a ‘Teoria do Jogo Ideal’).

Mas antes de começar a explorar seu oponente, é prudente perguntar para si próprio as 10 perguntas apresentadas a seguir.

Considerações Iniciais

Para responder a estas perguntas, você precisa ter um conhecimento sólido sobre o jogo influenciado pela teoria do jogo. Sem isto, você não estará equipado para identificar quando seu oponente estiver cometendo erros drásticos.

Além disto, é importante só fazer ajustes com base em informações confiáveis, geralmente quando você tem um longo histórico contra seu oponente. Evite fazer grandes ajustes com base em informações incertas.

Com isto em mente, vamos à nossa Pergunta #1.

Nota: As perguntas apresentadas neste artigo foram concebidas por Dylan Weisman, um dos coaches de PLO da elite da Upswing. Dylan pode ser um jogador de PLO, mas estas perguntas se aplicam a todos os tipos de jogos, inclusive cash games e torneios de No Limit Hold’em.

Pergunta #1: Qual deve ser o range do meu oponente?

Quando você tem os conceitos básicos bem fundamentados, você deve ser capaz de atribuir aos seus oponentes um range de mãos que eles podem ter em uma determinada ocasião.

Eis um simples exemplo: se você aumentar preflop e um jogador fizer o call no big blind, você pode desconsiderar mãos tipo like AA, KK ou QQ do seu range porque eles quase que sempre teriam feito o 3-bet com estas mãos preflop.

Outro exemplo: você está no big blind e faz o call do raise de um jogador em middle position. O flop traz Q♠ 4♦ 2♣ e você faz o check. Neste board, seu oponente deve fazer o c-bet em 100% das vezes (ou muito perto de 100%), devido à forma como os ranges interagem — você não vai acertar este flop em muitas vezes e o oponente possui uma grande vantagem em termos de range.

Sabendo o range de mãos que seu oponente deve ter, fica mais fácil identificar o que ele está fazendo de forma diferente. Em outras palavras, é mais fácil saber quando seu oponente estiver fazendo algo errado quando você sabe o que é correto.

Pergunta #2: Como as tendências do oponente se ajustam ao seu range?

Quando você souber o range provável de seu oponente, você poderá por em prática suas leituras para se ajustar a este range.

Por exemplo, digamos que você aumentou preflop e que o big blind fez o call. O flop é bastante complexo, com T♥ 8♦ 6♦, e o big blind faz o check-raise em sua c-bet.

Se você souber que o big blind é um jogador competente e agressivo, que entende esta situação, você pode esperar que o range de check-raise dele esteja alinhado com aquilo que é considerado teoricamente correto. E o range teoricamente correto nesta situação é bastante variado, contendo algumas combinações de cada uma destas mãos:

  • Straights
  • Sets
  • Dois pares
  • Flush draws
  • Straight draws
  • Par + straight draw
  • Par + flush draw

Jogar contra este tipo de range é bem difícil. Você vai fazer vários calls com mãos que podem parecer marginais para evitar que o jogador competente não realize sua equidade.

Por outro lado, se você sabe que o big blind é um jogador tight e passivo, há uma menor probabilidade deste jogador ter um range diversificado. Você pode razoavelmente atribuir o range de:

  • Straights
  • Sets
  • Dois pares
  • Qualquer draw forte ocasional

Contra este range de check-raise, você deve jogar tight e evitar colocar fichas sem uma mão ou draw forte.

Sabendo a estratégia a ser adotada, juntamente com as tendências de seu oponente, você será capaz de atribuir um range mais preciso em uma determinada situação.

Pergunta #3: Qual é meu provável range nesta situação?

Semelhante à Pergunta #1, referente ao provável range de seu oponente, você também deve estar familiarizado com a forma que você deve jogar o seu próprio range.

Pergunta #4: Meu oponente tem qualquer conceito deste range?

É sempre importante saber em que nível seu oponente está pensando. Seu oponente é um regular competente? Ou é um novato que está jogando pela primeira vez?

Se você estiver jogando contra um oponente que não pensa em um nível avançado, você pode adotar uma estratégia mais simples para explorar esta fraqueza. O oponente faz o call muitas vezes? Blefe menos, aposte por valor mais vezes. Eles fazem o fold muitas vezes? Blefe mais.

Você não precisa jogar no mesmo nível do seu oponente, mas você vai deixar bastante dinheiro na mesa se não se adaptar aos jogadores mais fracos da mesa.

Pergunta #5: Com as informações que tenho sobre o oponente, qual é o meu range na perspectiva do oponente nesta situação?

Se o seu oponente for capaz de cogitar sobre os ranges, você precisa estar atento a como ele ou ela vê você.

Eis o que Dylan tem a dizer a respeito:

“Eu tenho que tentar entender qual é o range que eles pensam que eu tenho. Por exemplo, eles tendem [menos] a incluir blefes no meu range porque têm medo? Ou tendem [mais] a colocar blefes no meu range porque estão tiltados?

É importante modular seu range percebido, com base nas informações que seu oponente está lhe oferecendo.”

Pergunta #6: O oponente está pensando logicamente neste momento?

É praticamente impossível sempre jogar seu melhor jogo na mesa de poker. Ao observar o comportamento de seu oponente, você pode obter informações que vão te beneficiar.

Ele está sem ganhar e tiltado? Então ele pode tender a fazer o call porque não está com paciência.

Ele está com várias fichas depois de ter entrado com o stack mínimo? Pode ser que ele faça um hero fold porque não quer comprometer uma boa parte do lucro.

Pergunta #7: Qual é o bet size ideal que devo adotar nesta situação?

Esta pergunta vai de encontro com os pontos anteriores sobre a necessidade de entender seus conceitos básicos.

Ao explorar o oponente, é útil estar ciente do bet size que você deve adotar em uma determinada situação. A partir desta noção, você pode utilizar o que sabe sobre seu oponente para decidir se adota um bet size diferente ou não.

Aqui temos um ponto de vista fundamental do Dylan:

“Posso ajustar [o bet size ideal] para ganhar mais dinheiro de uma forma ou de outra?

Isto é muito difícil de ser feito. Não recomendo fazer isto com muita frequência, até que você tenha uma compreensão muito sólida da teoria fundamental do jogo.

Você não quer fazer ajustes até que você saiba qual é a sua linha base, e o bet size é um fator complicado no jogo. Portanto, tentar mudar isso é relativamente difícil.

No meu ponto de vista, é mais fácil jogar com os bet sizes corretos [na maioria das vezes].”

Contudo, há uma situação em que os ajustes no bet size fazem muito sentido: quando o seu oponente é inelástico em relação ao bet size.

Pergunta #8: Meu oponente é inelástico em relação ao bet size?

Se você acha que seu oponente é inelástico em relação ao bet size, você deve explorar esta informação o máximo possível. Isto significa que você espera que o oponente não vai ajustar o calling range de forma suficiente quando você mudar seu bet size.

Por exemplo, se seu oponente for fazer o call com todos os draws e mãos marginais no turn, independentemente do seu bet size, faz mais sentido apostar alto com um range de alto valor para extrair o máximo de valor.

Ajustes como este só devem ser feitos quando você tiver bastante experiência contra um determinado oponente.

Pergunta #9: Devo desviar da estratégia ideal de bet size para gerar mais valor? Como posso saber se é a coisa certa a se fazer?

Conforme mencionado nos últimos dois pontos, ajustar o seu bet size para explorar um jogador ou jogadora exige um bom histórico.

Embora você ocasionalmente possa fazer a jogada correta, jogar pensando exclusivamente em explorar uma determinada situação pode comprometer sua habilidade em entender de forma completa aquilo que você deveria fazer no longo prazo.

Entretanto, você eventualmente enfrentará oponentes específicos que lhe darão um excelente read que lhe permitirá utilizar os bet sizes exploratórios. Quando isto acontecer, não hesite e vá com tudo.

Pergunta #10: Quão longo deve ser o histórico contra um determinado oponente, e quão confiáveis são meus reads?

Na maioria dos casos, se você deseja explorar seus oponentes de forma correta, você precisa ter um bom histórico jogando contra eles. Quanto mais informação você tiver, mais preciso serão seus reads, pois você terá mais dados para balizar sua hipótese.

Vale lembrar que geralmente você não vai precisar de muitos dados contra a maioria dos jogadores extremos. Por exemplo, se alguém se sentar na mesa e fizer open-shove nas três primeiras mãos, isto será suficiente para saber que este jogador não está jogando de forma lógica e veio para baralhar.

Mas, na maioria dos casos, você deve esperar até que você tenha um histórico maior contra seus oponentes.

Considerações Finais

Estas são apenas algumas perguntas que você deve fazer antes de explorar um oponente. Você deve sempre estar atento sobre sua percepção dos outros, além da percepção deles em relação a você.

Até a próxima!

Traduzido e adaptado da UpSwing Poker por Alex Sal

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